Soluções para oncologia
SOBRE O PAPER
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, a estimativa de incidência de câncer no Brasil, de 2023 a 2025, é de 704 mil novos casos por ano, 483 mil se excluídos os casos de câncer de pele não melanoma.¹ No país, desde 2003, o câncer é a segunda principal causa de mortalidade da população, atrás apenas de doenças cardiovasculares.2 Esta tendência demonstra o quão necessária é a priorização do cuidado aos pacientes oncológicos. No entanto, a atenção integral a esses pacientes é um dos maiores desafios atuais do SUS. Problemas como integração assistencial entre os diversos serviços diagnósticos e terapêuticos, subfinanciamento e dificuldades na articulação entre os entes federativos são importantes fatores que contribuem para a demora do diagnóstico, a distribuição desigual de recursos pelo país e o difícil acesso ao tratamento adequado e tecnologias mais avançada
Neste contexto, o Relatório (disponível aqui) tem como objetivo propor caminhos para enfrentar a atual situação. Para elaborar propostas concretas e tangíveis, foram realizados workshops com lideranças em gestão e cuidados em oncologia no Brasil, em outubro de 2022, para promover um debate de ideias multidisciplinar e colaborativo. Foi possível estabelecer alguns consensos a respeito de propostas que poderiam ser adotadas no âmbito do SUS para buscar garantir uma melhor navegação do paciente pelo sistema, consequentemente acarretando um melhor prognóstico para as pessoas acometidas de câncer no Brasil. As sugestões foram concebidas a partir de três temas condutores.
- Transparência na contratualização dos hospitais e publicização dos padrões de tratamentos na assistência oncológica;
- Estruturação de um sistema de dados que:
- Garanta a interoperabilidade e publicidade de recursos destinados à oncologia
- Possibilite a gestão de dados para monitoramento e geração de dados de vida real
- Propicie a criação de linhas de cuidado definidas pelo Ministério da Saúde
- Viabilizar uma maior interação do usuário através de aplicativos, como ConecteSUS, para maior transparência de sua jornada de cuidado integral.
Por isso, a abordagem multidisciplinar é essencial para garantir mais qualidade de vida aos pacientes.
- Instituição de modelo híbrido, com centralização de compra de medicamentos, de acordo com critérios pré-definidos pelo ministério da saúde;
- Garantir financiamento equitativo e transparente através de adoção critérios específicos para alocação e distribuição de recursos;
- Transparência da alocação de recursos públicos destinados à contratação de hospitais para assistência oncológica.
- Criação de um Programa Nacional de Combate ao Câncer, coordenado pelo Ministério da Saúde;
- Criação de Centros Integrados de Oncologia e capacitação profissional;
- Implementação da telessaúde para acelerar o diagnóstico, reduzir filas de espera e qualificação da fila;
- Ganho de escala e eficiência diagnóstica, através da regionalização dos testes diagnósticos;
- Uso de ferramentas que apoiem a redução de filas, absenteísmo e tempo de espera do paciente, tais como o Conecte SUS.
PARTICIPANTES
Andrea Paiva Gadêlha Guimaraes
Oncologista clínica no A.C.Camargo Cancer Center com ênfase em Tumores Ginecológicos
Andréia Cristina de Melo Oncologista clínica, Chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do INCA, Oncologista do Grupo Oncoclinicas
Angelo Maiolino
Professor de Hematologia da UFRJ, Vice-Presidente da ABHH e Coordenador do Comitê de Acesso a Medicamentos da ABHH
Carmino Antonio De Souza MD, PhD, Professor Titular de Hematologia, Transfusão de Sangue e Terapia Celular na Universidade de Campinas (UNICAMP)
Catherine Moura F. Pinto
MD, MPH. Médica sanitarista, CEO da ABRALE e Membro do Conselho Estratégico do TJCC
Clarice Petramale
Assessora da presidência do Conselho Federal de Medicina (CFM) e ex-Diretora do DGITIS
Diego Greatti Vaz da Silva
Cirurgião Oncológico e Doutorando pelo A.C. Camargo Cancer Center, Membro Titular e Representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBOC)
Felipe D’Almeida Costa
Patologista Titular do A.C.Camargo Cancer Center, Coordenador Médico de Educação em Patologia da DASA e Vice Presidente para Assuntos Acadêmicos da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP)
Fernando Henrique de Paula Uzuelli
Médico especialista em Clínica Médica e Medicina de Família & ex-Diretor de Assistência de Urgências e Emergência da Secretaria Estadual do Distrito Federal
Fernando Korkes
Head de Oncologia Urológica, Divisão de Urologia, Escola Médica do ABC e Hospital Israelita Albert Einstein
Gustavo San Martin
Diretor das associações Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME) e Crônicos do Dia a Dia (CDD)
Helena Esteves
Coordenadora de advocacy do Instituto Oncoguia
Inez Gadelha
Gestora da SAES/MS
Karla Mesquita
Farmacêutica do Núcleo de Organização de Redes (Oncologia/renal crônico/obesidade) de SP
Liliam Carla Moreira Couto
Diretora do Centro de Planejamento e Avaliação DRS IV Baixada Santista - SP
Márcio Leão
Gestor Hospitalar e Diretor Institucional da Delfin +Saúde
Mário Moreira
Sanitarista, Mestre em Saúde Coletiva e Medicina Social pelo Universidade Federal De Pernambuco, Ex-Diretor Geral da Assistência Farmacêutica do Estado de Pernambuco
Marlene Oliveira
Presidente do Instituto Lado a Lado
Melissa Medeiros
Representante e Paciente da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG)
Renato Tavares
Médico Hematologista, membro do Conselho de Acesso da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH)
Roberto Schneiders
Gestor do Departamento deAssistência Farmacêutica do Estado do Rio Grande do Sul (DAEF/RS)
Roni Fernandes
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
Sandro Martins
Médico Oncologista e Gestor Hospitalar, Ex-Coordenador da SAES no Ministério da Saúde com foco em oncologia e doenças crônicas
Sônia Dias Lanza
Gestora da Rede Hebe Camargo - Estado de SP
Tiago Farina Matos
Consultor Independente, Conselheiro Advocacy Oncoguia e Jurídico da SBOC e FEHOSP