Terapia CAR-T
Essa é uma terapia que representa mais uma oportunidade para pacientes com cânceres hematológicos, como linfomas, leucemias e o Mieloma Múltiplo¹. Inovadora, é um exemplo de aplicação da biotecnologia avançada na transformação do enfrentamento das doenças, principalmente para pacientes que não obtiveram respostas em pelo menos uma linha de tratamento anterior e que atendem ao critério clínico para uso da terapia.
Quando utilizar CAR-T?
Nem todos os pacientes são elegíveis à terapia CAR-T. Nos casos de Mieloma Múltiplo, por exemplo, ela é apresentada como uma opção de tratamento para pacientes recidivados ou refratários², ou seja, que já realizaram pelo menos um tratamento anterior, desde que tenham passado por terapias específicas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É importante ressaltar que, para ser elegível a CAR-T, o paciente deve atender aos critérios da bula do medicamento e a aspectos clínicos estabelecidos pelo médico hematologista a partir de informações sobre fragilidade, histórico médico e estilo de vida. Eles levam em consideração, entre outros fatores, o estágio da doença.
CAR-T representa um avanço no tratamento de cânceres hematológicos. Estudos apontam que a terapia tangibiliza novas possibilidades de tratamento, aumentando a sobrevida livre de doença3, reduzindo os sintomas e contribuindo para a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS)4.
CAR-T: tratamento avançado e inovador
Mas, afinal, o que é CAR-T?
Portanto, uma célula CAR-T é um linfócito T que foi geneticamnte modificado para compater as céllas cancerígenas no sangue.
Como CAR-T age?
Como é realizada a terapia com CAR-T
A terapia avançada por células CAR-T é realizada a partir da coleta de células T do próprio paciente, por meio de uma máquina semelhante à de hemodiálise. No laboratório, ocorre uma modificação genética que reprograma a célula para reconhecer e combater o tumor. Na sequência, o paciente recebe a infusão do medicamento, ou seja, o sangue coletado anteriormente, mas desta vez com CAR-T. O próprio organismo do paciente se torna, então, um tratamento contra o câncer.
Entenda o processo:
O primeiro registro de uma terapia CAR-T no Brasil foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro de 2022, para o tratamento de pacientes pediátricos e adultos jovens com leucemia linfoblástica aguda (LLA) ou pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), desde que seguindo alguns critérios clínicos e de terapias prévias . No final de 2023, um novo CAR-T foi aprovado para pacientes adultos com linfoma de células do manto (LCM).
Em março de 2022, a Anvisa aprovou o uso do CAR-T baseado em estudos que reforçam os resultados do tratamento em pacientes com Mieloma Múltiplo recidivado ou refratário, que tiveram recaídas após tratamento prévio² e receberam anteriormente três classes de medicamentos. Depois, em março de 2024, também foi aprovado o tratamento para o paciente de Mieloma Múltiplo recidivado ou refratário com início após a primeira recaída.
A terapia CAR-T demonstra ser uma ferramenta importante no tratamento do mieloma múltiplo, oferecendo mais possibilidades para pacientes dessa condição que tem por característica apresentar recaídas a cada linha de terapia. As aprovações da Anvisa consolidam o papel desta opção no arsenal terapêutico para o tratamento da doença, abrindo caminho para novas pesquisas e aprimoramentos, que podem impulsionar os resultados e expandir as indicações para outros grupos de pacientes.
Procure um especialista caso você note alterações ou apresente sintomas.
[1] https://mocbrasil.com/blog/noticias/anvisa-aprova-o-primeiro-car-t-indic...
[2] https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2023/12/31/cancer-anvisa...entenda-como-funciona.ghtml
[3] Rodriguez-Otero et al., Cancer Treatment Reviews 100 (2021) 102284
[4] ABRALE. Anvisa aprova segundo produto para terapia gênica CAR-T Cell contra o câncer no Brasil. Disponível em: https://abrale.org.br/noticias/anvisa-aprova-segundo-produto-para-terapi... - Acesso em agosto de 2024
[5] INTERNATIONAL MYELOMA FOUNDATION. Multiple Myeloma Diagnosis. Disponível em: https://www.myeloma.org/multiple-myeloma/multiple-myeloma-diagnosis - Acesso em julho de 2024.
[6] Roberto Mina, Anne K Mylin, et al. Patient-Reported Outcomes in the Phase 3 CARTITUDE-4 Study of Ciltacabtagene Autoleucel Vs Standard of Care in Patients with Lenalidomide-Refractory Multiple Myeloma after 1-3 Lines of Therapy. Blood 2023; 142 (Supplement 1): 1063. doi: https://doi.org/10.1182/blood-2023-178798