Leucemia Linfocítica Crônica (LLC)
A leucemia linfocítica crônica (LLC) é um tipo de câncer que começa quando certos glóbulos brancos, componentes do nosso sangue chamados linfócitos, se transformam. Esse processo de transformação das células é lento e muitas pessoas não apresentam sintomas por alguns anos1. Porém, com o passar do tempo, o número de células de leucemia aumenta, espalhando-se pelo corpo, atingindo linfonodos, fígado e baço1.
A LLC é uma doença mais comum em homens que em mulheres (1,7:1) e acomete, principalmente, idosos na faixa dos 72 anos1. Para cada ano entre 2020 e 2022, a expectativa é de que no Brasil sejam diagnosticados 5.920 casos novos de leucemia em homens e 4.890 em mulheres, sendo a LLC responsável por cerca de um quarto desses novos casos2.
Embora seja considerada uma doença indolente, o que quer dizer que ela evolui lentamente, a LLC precisa ser diagnosticada e tratada no momento certo, pois pode evoluir de formas diferentes entre os pacientes, alguns apresentando alterações genéticas mais agressivas e com menores respostas aos tratamentos3.
Sintomas
A LLC é uma doença que frequentemente não apresenta sintomas ao diagnóstico. Na maioria dos casos é detectada por alterações na contagem sanguínea, evidenciada pela realização de um hemograma. De qualquer forma, por atingir as células normais produzidas pela medula óssea, é comum alguns pacientes apresentarem alguns dos sinais e sintomas a seguir4:
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Anemia (diminuição do número de glóbulos vermelhos)
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Trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas)
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Fraqueza
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Cansaço
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Perda de peso significativa dentro de 6 meses
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Sensação de saciedade (mesmo com pequenas quantidades de alimento)
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Aumento dos linfonodos
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Sudorese noturna
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Febre de 38º graus por mais de 2 semanas sem evidências de infecção
Além disso, os pacientes com leucemia linfocítica crônica têm um risco aumentado de desenvolver infecções, devido ao funcionamento inadequado do sistema imunológico.
Diagnóstico
Como a LLC é uma doença de progressão lenta, o paciente deve procurar um médico assim que identificar qualquer sintoma diferente.
Os exames laboratoriais mais comuns para o diagnóstico da LLC são hemograma completo, que observa os diferentes tipos de células do sangue e alterações nas suas quantidades. Outro método utilizado, chamado de esfregaço do sangue periférico auxilia a visualizar alterações na aparência das células e a presença de células anormais no sangue, o que permite caracterizar melhor a doença5.
Os pacientes com leucemia linfocítica crônica têm uma quantidade aumentada de linfócitos (linfocitose). Ter mais de 10.000 linfócitos/mm³ pode sugerir LLC, mas é necessário a realização de outros exames para a confirmação diagnóstica5.
Outros exames de sangue, exames genéticos (citogenética, FISH e exames moleculares) e a citometria de fluxo também colaboram para o diagnóstico da LLC5.
Após a realização desses exames, o médico faz ainda o estadiamento da doença do paciente, que associado à avaliação dos sintomas clínicos, é fundamental para determinar se o paciente deve iniciar o tratamento ou permanecer em estágio de observação e acompanhamento6.
Tratamento
Existem diversos fatores que influenciam no tratamento da LLC, como idade, grupo de risco e até mesmo alterações genéticas, que podem direcionar a abordagens terapêuticas diferentes. Em geral, como se trata de uma doença com pouca chance de cura7, o médico, junto com o paciente, podem decidir a melhor jornada de tratamento e o tempo certo de iniciá-la.
Uma vez definido, o paciente pode iniciar o tratamento com quimioterapia, quimioimunoterapia ou terapias-alvo7.
A terapia-alvo é uma opção bastante inovadora e age diretamente nas células da LLC, em alvos específicos, diferente da quimioterapia que age em todas as células que apresentem um crescimento rápido8.
Procure um especialista caso você note alterações em seu organismo ou apresente sintomas.