Conheca as histórias de quem segue positivamente com o tratamento
Conheça as histórias de quem segue positivamente com o tratamento
Flávia
Nem sempre o vírus é o fim. Parece estranho, mas para muitos pode representar apenas um recomeço. Flávia estava na casa dos 20 anos quando descobriu que era soropositiva. Desde que recebeu o diagnóstico, a vida ganhou um novo significado. Educadora, ela transformou a doença numa causa. Desde então, seu objetivo é realizar seminários e eventos a respeito do tema e orientar pessoas recém diagnosticadas.
Em sua trajetória, Flávia conta que obteve um grande apoio de amigos e família, mas sabe que teve vários direitos reduzidos. Coisas tão simples quanto empregos, relacionamentos, e até sexo casual, se tornaram um problema. Ela acredita que a maioria das pessoas abandona o tratamento, por medo dos estigmas que rondam a doença.
Para Flávia, o tratamento à base de medicamentos e com um bom acompanhamento médico salva vidas, mas o acolhimento e o respeito preservam a saúde mental e são decisivos para seguir em frente. Por isso, o tratamento, para Flávia, contempla também a conscientização coletiva e isso é o que mais a motiva a seguir positivamente.
Pedro
Ser engenheiro sempre foi um sonho. Pedro se formou e hoje é muito feliz com a profissão. Ele relembra que quando foi diagnosticado com o HIV, o seu “mundo desabou”. A falta de informação e o preconceito faziam daquele momento praticamente sentença de morte. Mas, a partir dali, entendeu que poderia ver a situação de forma positiva ou negativa.
Embora tenha aceitado o diagnóstico, teve um momento de rebeldia, quando decidiu que pararia de se medicar. Em uma viagem acabou ficando doente. Foi internado e quase morreu. Depois do susto nunca mais deixou de se tratar.
Pedro ressalta que o conhecimento sobre a doença e a eficácia dos tratamentos já evoluíram muito. Mesmo assim o preconceito ainda existe. O simples fato de dizer que é soropositivo faz com que as pessoas se afastem.
Sua rotina de tratamento é simples, tomando remédios apenas de dia e à noite, com flexibilidades de horário. Por isso, ele enfatiza sobre a importância do tratamento para continuar levando sua vida normalmente, como qualquer outra pessoa.
José
José cresceu em uma família religiosa, mesmo não sendo muito praticante, ouviu ali algumas ideias distorcidas sobre a homossexualidade. Mas isso não o impediu de assumir, desde cedo, que era homossexual e que sua vocação era lutar para que os jovens enxergassem o mundo com menos preconceito, despertando um olhar de acolhimento para algumas minorias.
Há alguns anos, seu parceiro começou a ter sintomas de um estado agudo de infecção e José começou a sentir as mesmas coisas. E quando veio a confirmação dos exames, foi a primeira vez que sentiu o preconceito na pele.
Desde o diagnóstico ele faz tratamento pelo SUS e, depois de algumas tentativas, encontrou o tratamento adequado. Ele acredita que o seu estado psicológico contribui bastante para que seu organismo tenha aderência ao tratamento.
Ter uma profissão que o possibilitou a ajudar pessoas na mesma situação o motivou a seguir positivamente com o tratamento e continuar a sonhar com um futuro inclusivo para todos.
Maria Clara
Maria Clara está a um ano de completar o curso de Administração, mas já se considera uma administradora. Trabalhou em diversos lugares, mas sempre quis ter um negócio próprio. A primeira vez que teve contato com a doença, ela ainda era adolescente. Na memória guarda a imagem de um vizinho soropositivo que acabou falecendo. Anos depois, quando foi diagnosticada com HIV, ficou em choque. Andou por horas pela cidade, antes de voltar para casa. Contar para a família foi muito difícil, mas eles a receberam com carinho e a apoiaram.
Foi então que ela começou o tratamento, e desde então não parou, seguindo uma rotina leve de medicação diária que hoje é quase automática. Nas pouquíssimas vezes que esqueceu de tomar a medicação sentiu-se mal pelo descuido.
Apesar dos desafios, ela não esquece que perdeu uma pessoa muito querida e compensa isso disseminando a importância de se manter em tratamento para seguir vivendo positivamente, o presente e o futuro.
Ana Paula
A arte sempre foi a maior forma de expressão de Ana Paula. Quando recebeu seu diagnóstico, não foi diferente. Ela usou-a como válvula de escape para gritar ao mundo o que sentia. Ana se sente feliz por conseguir unir sua vocação ao tema, mesmo que por vezes tenha dúvida sobre suas escolhas.Amigos e familiares sempre a apoiaram, sem julgamento, mas reconhece que teve de ser muito forte para fazer da superação uma definição de vida.
Até conseguir chegar na medicação adequada, Ana passou por um longo processo, pois descobriu que era alérgica a retrovirais. Mesmo diante das dificuldades, assim que iniciou o tratamento nunca pensou em parar. E a arte a ajudou a seguir positivamente.
Rogério
Rogério descobriu ser portador de HIV há dez anos. Mesmo contrariado, resolveu fazer o exame, pois seu parceiro havia testado positivo. Ao receber o diagnóstico, ficou desorientado. Demorou para aceitar a nova condição. No entanto, o acolhimento de uma médica fez a diferença em seu tratamento. Ela o fez descobrir que ser portador de HIV não era uma sentença de morte.
Atualmente, ele leva uma vida normal, trabalha e busca sucesso profissional. Para ele o tratamento possibilitou que encarasse a doença de uma outra maneira e levasse uma vida mais saudável, sempre seguindo positivamente.